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Liberdade

Esse post era para ser uma poesia...(tinha vontade quer fosse uma poesia)
O tema seria liberdade.
Porém pensei que não teria lógica escrever sobre algo que não conheço e então desisti.
Nós, seres humanos (ou não) não conhecemos a liberdade. Na verdade, passamos a vida presos.
Quando bebês presos aos cuidados dos pais, na verdade, isso permanece por muito tempo...
Continuamos sempre presos, seja aos estudos, ao marido, aos filhos e assim sucessivamente...
Nossa vida é uma prisão.
Uma prisão sem sentido e que muitos querem (ou necessitam) estar presos nela.
O real sentido da liberdade (para mim) está longe de ser conhecido.
Nota: Pensei que ao morrermos ficaríamos livres, mas estamos presos a morte -.-"

Cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo, Cansaço.
Álvaro de Campos